quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA POSSIBILIDADES E LIMITAÇÕES

Este trabalho tem como principal objetivo discutir acerca das potencialidades e limitações relacionadas a Educação a Distância. Objetivamos ainda, apresentar, brevemente, o contexto de Educação a distância e focalizar a importância do uso do computador nesta ‘modalidade’ de ensino. Para isto, utilizamos como referencial teórico Souza (2009), Pretto (2003), Barreto (2003) dentre outros autores, que tratam sobre: aspectos pedagógicos, o impacto tecnológico provocado principalmente pelo advento do computador e a expansão do ensino superior.

Palavras-chave: educação a distância, tecnologias, possibilidades, limitações.

Abstract: This work has like main goal discuss about the potentialities and limitations of the Distance Education. We still intent to show, soon, the context of Distance Education and spot the importance of computer using at this “modality” of teaching. For this, we used as teoric reference Souza (2009), Pretto (2003), Barreto (2003) and others authors, that deal about: pedagogic aspects, the technologic impact, caused principally by the computer advent and the expansion of the superior teaching.
Key-words: distance education, technologies, possibilities, limitations.
Introdução
Vivemos numa sociedade notadamente marcada pela “Era da informação” ou “Era Tecnológica”, oriunda do pós-modernismo. Se antes, a modernidade preconizada pelo movimento iluminista tinha como base a razão e a ciência, a pós-modernidade se caracteriza pelo desenvolvimento tecnológico e informacional.
A idéia de "pós-modernismo" surgiu pela primeira vez no mundo hispânico, na década de 1930, uma geração antes de seu aparecimento na Inglaterra ou nos EUA. Perry Anderson, conhecido pelos seus estudos dos fenômenos culturais e políticos contemporâneos, em "As Origens da Pós-Modernidade" (1999), conta que foi um amigo de Unamuno e Ortega, Frederico de Onís, que imprimiu o termo pela primeira vez, embora descrevendo um refluxo conservador dentro do próprio modernismo. Mas coube ao filósofo francês Jean-François Lyotard, com a publicação "A Condição Pós-Moderna" (1979), a expansão do uso do conceito. (LIMA, 2004, p. 1)
Atualmente, as ciências definem pós-modernidade conforme sua área de estudo, mas originalmente,  significava a perda da historicidade e o fim da "grande narrativa" - o que no campo estético significou o fim de uma tradição de mudança e ruptura, o apagamento da fronteira entre alta cultura e da cultura de massa e a prática da apropriação e da citação de obras do passado. (LIMA, 2004, p. 1)
Contudo, a maioria dos teóricos concorda entre si que o pós-modernismo tem como ferramenta principal as tecnologias da informação.
Tecnologia e informação tornaram-se as bases para configurar um novo modelo de sociedade que vive o fenômeno da globalização, caracterizado pelo rompimento de fronteiras de tempo e de espaço, o que contribui para modificações de hábitos, de comportamentos e de valores individuais e coletivos.
A revolução tecnológica traz implicações não apenas no comportamento das pessoas, mas em especial, no conhecimento, na aprendizagem e nos meios de comunicação. Um novo cenário se reconfigura, repercutindo diretamente sobre os processos de aprender e de ensinar com as tecnologias tanto nas instituições de ensino presencial, quanto nas que o oferecem na modalidade a distância.
Não se pode negar que a educação a distância se tornou um grande filão para os investidores da área de produção de softwares e equipamentos de suporte à comunicação em rede, fomentando a economia e ampliando o acesso de pessoas a esses meios comunicativos que promovem formação e interatividade.
Portanto, não procede mais o discurso pré-concebido de que a educação a distância esteja aquém da educação presencial, já que ambas tem suas particularidades, mas comungam os mesmos objetivos educacionais.
O crescimento acelerado das tecnologias e da oferta de cursos a distância causam inquietudes e fazem emergir questionamentos sobre as suas complexas possibilidades e também sobre as suas limitações.
Nesse sentido, almejamos neste trabalho, trazer a discussão acerca das potencialidades e limitações relacionadas a Educação a Distância - EaD , buscando ampliar a compreensão em torno deste assunto.Consideramos os aspectos pedagógicos, o impacto tecnológico provocado principalmente pelo advento do computador e a expansão do ensino superior.
No entanto, devemos conhecer o contexto da EaD, na tentativa de colaborar para uma melhor compreensão sobre suas possibilidades e suas limitações.
Contexto da Educação a Distância
A Educação a Distância, ao contrário do que alguns podem pensar, não tem sido uma invenção a partir da internet. Segundo especialistas, remonta da Era Cristã, caracterizada nas epístolas presentes na Bíblia, como meio doutrinário para todos aqueles, que mesmo distantes do aposto Paulo, pudessem seguir seus preceitos. Desde então, evolui-se para cursos por correspondências, teleaulas, radiodifusão, até os dias de hoje, amparadas pelas Tecnologias de Informação e Comunicação – TIC, em especial, as redes colaborativas de aprendizagem. Segundo Mill et al (2008, p. 113)
No final do seculo XIX, a educação a distancia (EaD) surge nos Estados Unidos e na Europa como alternativa para atendimento a demanda por conhecimentos profissionais provenientes de pessoas que residiam em locais distantes dos centros mais desenvolvidos; que não haviam frequentado a escola na época adequada; ou que haviam passado por situações de fracasso nesse processo. Apesar de permitir que diferentes pessoas tivessem acesso ao conhecimento, a EaD não surgiu no cenário nacional sem restrições.
Aqui no Brasil, a EaD se consolidou com o artigo 80 da LDB 9394/96 , embora seus desdobramentos tenham sido enfatizados em 2007 com o programa Universidade Aberta do Brasil - UAB, ampliando consideravelmente o número de vagas à população com a oferta de cursos gratuitos de formação em nível: técnico, graduação e pós-graduação.
Diante das mudanças dos paradigmas educacionais,
 [...] torna necessário que ampliemos o próprio conceito de EAD. Trata-se de conceber a educação em geral, e não apenas um setor especializado da mesma, a partir da mediação das tecnologias de comunicação em rede, já presentes na sociedade atual. (CRISTIANE NOVA, ALVES, 2003, p. 2).
Concebendo a Educação a Distância no sentido literal do termo, seria qualquer modalidade de transmissão e/ou construção do conhecimento sem a presença simultânea dos agentes envolvidos. Nessa perspectiva, a difusão da escrita teria sido uma das principais (e até hoje mais eficazes) tecnologias aplicáveis a EAD. (CRISTIANE NOVA, ALVES, ibidem).
Assim, podemos compreender a EaD como uma das modalidades de ensino e de aprendizagem que abre uma vasta possibilidade de se utilizar dos suportes tecnológicos existentes, para promovê-la completamente à distância física entre ensinantes e aprendentes. Entretanto, esses suportes podem ser inseridos também em ensinos presenciais ou mistos.
Em virtude do mundo contemporâneo e a grande pressão para que os indivíduos dominem os instrumentos tecnológicos de comunicação e informação, muitas são as instituições, que gradativamente, vêm inserindo modelos pedagógicos híbridos.
Esses modelos combinam atividades presenciais com atividades a distância, tendo em vista, atender as necessidades individuais e coletivas e conciliar trabalho e formação. Incorpora-se a flexibilidade de tempo e de espaço, possibilitando às pessoas obter formação e conhecimento sem se deslocar de sua residência ou de seu escritório até a um campus, por exemplo.
Sob esse ponto de vista, trata-se de conceber coletivamente sistemas de educação conectados às necessidades e objetivos atuais de nossa sociedade, a partir de perspectivas sociais, pedagógicas e éticas, que busquem explorar ao máximo as potencialidades trazidas pelas tecnologias, em processo contínuo de expansão acelerada. E, como educadores e cidadão de um mundo em transição, devemos estar preparados para conviver com uma educação com designs distintos daqueles que experimentara nossos avós, pais e nós próprios, a exemplo de processos similares vividos por outros setores da sociedade, como a medicina, os transportes, a economia, a política, etc. (CRISTIANE NOVA, ALVES, 2003, p.2)
Os desafios consistem entre outros, no desenvolvimento de ações tutoriais que estimulem aos estudantes a desenvolverem a autoaprendizagem, expondo seus diferentes pontos de vista e, coletivamente produzirem conhecimento significativo através das tecnologias.
As tecnologias afetam a produção, a energia, as comunicações, o comércio, o transporte, o trabalho, a família, assim como nossa maneira de viver, de trabalhar, de aprender, de nos comunicar, de sistematizar o que conhecemos e todas as atividades relacionadas com a educação e a formação; a informação não é estática e está acessível em múltiplos lugares (open learning) e pode ser obtida de forma gratuita por meio de enlaces virtuais (hiperlinks); a informação está organizada em várias linguagens de comunicação e de múltiplas formas: escrita, sonora, audiovisual, multimidiática. (FIORENTINI, 2009 p.138,139)
O próprio Ministério da Educação - MEC, no intuito de ampliar o acesso ao curso superior, criou em 2005 o sistema de Universidade Aberta do Brasil – UAB, priorizando a formação inicial a professores em efetivo exercício na educação básica, mas ainda sem graduação. A UAB também prevê a redução das desigualdades na oferta de ensino superior e o desenvolvimento de um amplo sistema nacional de educação a distância.
Apesar da crescente utilização das tecnologias da informação em EaD para reduzir distâncias, tanto do poder público, quanto da iniciativa privada, Pretto (2003) alerta que precisamos estar atentos, pois se isto não ocorrer em larga escala, poderemos estar legitimando, mais uma vez, uma cruel exclusão daqueles que já são excluídos.
O autor ainda ressalta que a internet foi a grande detonadora da sociedade da informação, sendo inclusive, um de seus pilares.
Assim, precisamos entendê-la não como uma questão meramente tecnológica, mas essencialmente, como um fator de cultura. (PRETTO, 2003, p. 37)
Este novo cenário sociocultural potencializado pelo computador e pela internet delineia a exigência de novos perfis pessoais e profissionais, impondo um desafio constante e crescente aos educadores e aos sistemas formativos, pela introdução de importantes possibilidades de interação, intercâmbio de ideias e materiais, entre alunos e professores, entre alunos e dos professores entre si, entre alunos e a instituição de ensino superior. (FIORENTINI, 2009, p. 140).
Quanto mais cenários emergem, mais necessidades surgem no sentido de [...] mediar os processos de aprendizagem por meio de ferramentas e ambientes virtuais, que possibilitem viabilizar a ocorrência de processos mais democráticos de relacionamento e de construção cooperativa de conhecimento entre os participantes, onde quer que estejam. Há uma força pedagógica imbricada nesse contexto social de aprendizagem que pode apoiar a argumentação, aplicação, construção de conhecimentos entre indivíduos que se aproximam por meio de atributos e/ou critérios distintos (FIORENTINI, 2009, p. 144).
Percebe-se então, que a EaD deixa de ser apenas uma possibilidade de atendimento a superar barreiras físicas para tornar-se uma modalidade na qual a sociedade tem recebido numa escala cada vez maior, apesar da desconfiança inicial de que pudesse ser uma formação aquém da formação dos cursos presenciais.
Em 2004, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP – comparou o desempenho dos alunos matriculados em cursos presenciais e a distância, em treze áreas. Em sete áreas, os alunos da EaD, obtiveram desempenho superior nos conteúdos avaliados.
Potencialidades e limitações da EaD no ensino superior
De acordo com dados recentes do INEP, entre 2007 e 2008, o número de alunos matriculados em cursos superiores a distância cresceu 96,9% . Isso demonstra que uma parcela significativa da população tem aderido aos cursos por diversas vantagens, que dentre elas, Fortunato e Ferreira (2001), destacam:
• Eliminação ou redução de custos com deslocamentos tanto de alunos quanto de professores, podendo assim atender a um grande número de estudantes ao mesmo tempo.
• Oferta de cursos variados. Diversas são as áreas as quais já são possíveis cursar a distância, por exemplo, a área de formação de profissionais da educação, da administração, etc..
• Flexibilidade de tempo para aqueles que não podem, não querem ou não puderam, não quiseram freqüentar o ensino presencial, já que a organização do tempo de estudo não depende da instituição que o oferece, mas sim do próprio estudante, de acordo com suas possibilidades.
• O aluno é o centro da aprendizagem e o professor e os tutores, os mediadores. Além de ser considerado sujeito da própria aprendizagem, cada um pode aprender no seu ritmo.
• Conteúdos elaborados por especialistas e recursos multimídia que facilitam a interatividade, aqui, em especial, a internet e seus recursos, geralmente de fácil manuseio.
• A possibilidade de contribuir e receber muito mais contribuições a partir das interações em fóruns, chats, etc.
Mas, todas estas vantagens se potencializam se [...] houver uma “humanização” do espaço ou meio onde são lecionados os cursos, tornando-os os mais interativos possíveis e aperfeiçoando-os com constantes remodelações e atualizações de forma que o ambiente seja dinâmico e não um espaço onde simplesmente é publicada a informação. Deve também haver cuidado de expor claramente os conteúdos para não suscitarem dúvidas e, no caso de estas existirem, devem ser prontamente retiradas e esclarecidas. (FORTUNATO, FERREIRA, 2001, p. 53)
A internet é um recurso potencialmente fomentador de aprendizagens, pois promove a integração das comunidades oferecendo informações de qualidade, troca de experiências entre os participantes das redes virtuais, e porque não dizer, inclui sujeitos e grupos anteriormente excluídos da “alfabetização” tecnológica. Porém, o seu uso no ensino e na aprendizagem sem um mediador que oriente seus alunos pode provocar mais cisão e discriminação do que interação entre os pares, já que o contato é desprovido do calor humano.
A internet tem um caráter mediador quando nos referimos a EaD, entretanto, para sua utilização eficiente e eficaz, não basta aos professores e tutores dominarem os recursos técnicos. É preciso ter senso crítico elaborado para não correr o risco da extrema didatização do ensino.
Limitações da EaD no ensino superior
A EaD é como uma via de mão dupla. Ao mesmo tempo em que suas potencialidades são ressaltadas, há também as limitações. Dependendo da instituição, do curso, da região, enfim, de acordo com o contexto, as limitações se apresentam diferenciadas. Mas, de um modo geral, no Brasil, as ações voltadas à educação a distância, principalmente, as que envolvem instituições públicas, associadas ou não às organizações não-governamentais, têm caráter de suprir a demanda gerada pelas deficiências do sistema formal. Essas ações buscam sempre compensar, de forma rápida, a defasagem na formação do trabalhador, seja ele professor ou não. (GOUVÊA, OLIVEIRA, s/d. p. 4)
Esta formação “aligeirada” fragmenta o conhecimento, a aprendizagem e, consequentemente, compromete a formação.
Em outras palavras, a incorporação das TIC é uma condição necessária, mas não suficiente para universalizar uma educação de qualidade: inclusiva, não contente com a equidade e com a massa dos “sobrantes” que este conceito pressupõe (BARRETO, PRETTO et al. 2003, p. 20).
Se “sobram” professores sem graduação e é oferecido a eles cursos a distância para inseri-los nas estatísticas dos “diplomados” em nível superior, a EaD se apresenta mais como uma maneira de “maquiar” as mazelas com a (de)formação docente brasileira do que propriamente democratizar o acesso ao ensino superior e promover formação de qualidade.
Outras limitações também estão presentes nos cursos de EaD:
• Normalmente, as turmas são grandes e as interações nos fóruns (principal forma de interação, pois há outras como: chat, e-mail, mensagens) podem se tornar massivas e, às vezes, desmotivantes.
• Ainda persiste a falsa ilusão de que “freqüentar” um curso em EaD é mais “fácil” que o presencial. Em virtude dessa concepção equivocada, há aqueles que têm dificuldade em lidar com processos de aprendizagem autônomos, que demandam de organização do tempo. E há aqueles que não conseguem se disciplinar com seus afazeres profissionais, pessoais e acadêmicos. Isto contribui para a não interação ou a participação esporádica nas discussões dos fóruns, por exemplo. Provavelmente, alunos com este perfil, colaboram para o índice estatístico de evasão na EaD.
• A internet é cara e de má qualidade. Das conexões oferecidas, mais da metade é inferior a 1 Mbps, não chegando, portanto, a ser considerada banda larga. Além da baixa velocidade há problemas freqüentes de instabilidade na conexão. Esta é uma constatação de uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC). O estudo a inda revelou que o valor pago para ter acesso à internet banda larga aqui no Brasil, é bastante elevado – cerca de dez vezes mais – se comparado a outros países, como por exemplo, Estados Unidos, Coréia do Sul, Japão e Rússia.
• Aqui no Brasil mesmo existindo programas de formação a distância gratuitos oferecidos pelo governo federal, caso o usuário não disponha de computador conectado a internet precisará freqüentar lan-houses, o que também gera custos.
• Mesmo havendo interativida-de entre professores, alunos e tutores, nem sempre é possível responder atender a todos em tempo hábil para sanar dúvidas ou orientar, já que, na maioria das vezes, a precarização do trabalho docente também se estende à EaD.
• Os registros precisam ser realizados com muito mais critérios e cuidados, pois nem sempre o que se escreve é exatamente o que outro lê. Tanto professores quanto alunos necessitam estar atentos. Na EaD, a escrita torna-se componente subjetivo que pode levar a várias interpretações, inclusive diversa daquela que o emissor pretendia transmitir ao seus receptores/leitores.
• Apesar de a essência da EaD ser ministrada superando fronteiras geográficas, o contato com a “frieza” das máquinas, ainda que interagindo com os pares, pode provocar, ao invés de aproximação, cisão entre os sujeitos.
• Nem sempre é possível acessar as ferramentas assíncronas, como por exemplo, os fóruns de discussões, porque em alguns casos, sites de hospedagem são desligados determinados horários do dia.
• As videoconferências demandam de altos investimentos, salas com equipamentos, sofisticados e de alto custo, softwares e profissionais especializados, o que muitas vezes, inviabiliza o atendimento a regiões mais distantes.
A educação e as Tecnologias de informação e comunicação
A inserção das TIC na educação parece ser irrevogável. Não se trata de algo fácil de ser implantado com equidade e qualidade tendo em vista as contradições sociais, políticas e econômicas do nosso país.
No entanto, já se tem algumas pistas dos caminhos a percorrer para que a integração dos novos meios técnicos aos processos educacionais aconteça no sentido da construção da cidadania e da emancipação e não do simples consumo. (BELLONI, 2001, p. 56)
Esta abordagem da autora chama a atenção para o fato de que apesar de o nosso meio estar sendo cada vez mais técnico e menos “natural”, as tecnologias precisam ser utilizadas com critérios e senso para uma educação de qualidade e não por puro modismo.

Nesta passagem de século para o terceiro milênio, a cultura midiática tem ditado regras, inclusive para os paradigmas educacionais. Moran (1995, s.p.) afirma que as tecnologias de comunicação não substituem o professor, mas modificam algumas das suas funções. A tarefa de passar informações pode ser deixada aos bancos de dados, livros, vídeos, programas em CD. O professor se transforma agora no estimulador da curiosidade do aluno por querer conhecer, por pesquisar, por buscar a informação mais relevante.
Assim, cabe ao professor, coordenar o processo e contextualizar as informações de sues alunos, transformando-as em conhecimento.
As tecnologias, em especial, a internet, pode ser utilizada para desenvolver autonomia e capacidade intelectual. Na educação a distância, a internet tem sido uma ferramenta importante nesta construção, uma vez os alunos participam coletivamente expondo suas opiniões, ainda que alguns, não divirjam ou concordem entre si.
Considerações
A EaD é um progresso educacional para atender à demanda de uma sociedade dita pós-modernista. Entretanto, promovê-la em instituições públicas ou particulares não é garantia de qualidade nem de democratização de acesso ao ensino e aos bens intelectuais acumulados socialmente. Porém, é necessário ressaltar que mesmo apresentando limitações, a EaD tem alcançado êxito. Prova disso, são os resultados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes - ENADE mencionados nesta pesquisa.
Paulatinamente, a cultura centrada na figura do professor vai cedendo lugar para o aluno como sujeito autônomo e capaz de gerir a própria aprendizagem. Nesse sentido, mesmo com toda a fragmentação do ensino a distância, os estudantes que se organizam e se disciplinam dispostos a vencer são dignos de admiração.
Parte deste esforço decorre do uso do computador conectado à internet e a uma educação dos novos tempos. O aluno é o “comandante” de sua aprendizagem. Depende dele a idoneidade de realizar efetivamente as atividades propostas e compartilhá-las.
Parece que estamos, definitivamente, sinalizando para a educação dos novos tempos: estudando mais isoladamente e ao mesmo tempo com os grupos virtuais contribuindo para a aprendizagem colaborativa, aprimorando assim, nossas habilidades intelectuais.
Referências
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BELLONI, Maria Luiza. A integração das tecnologias de informação e comunicação aos processos educacionais. In: ______. Tecnologias educacionais e educação a distância: avaliando políticas e práticas. Rio de Janeiro: Quartet, 2001. p. 54-73.
CRISTIANE NOVA; ALVES, Lynn. Educação à distância: limites e possibilidades. Disponível em: . Acesso em: 31 ago./2009.
LIMA, Raymundo de. Para entender o pós-modernismo. Revista Espaço Acadêmico nº 35, abr../2004. Disponível em: Acesso em: 30 de ago./2009.
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SOUZA, Amaralina Miranda de; REGO, Elizabeth Danziato; CÓRDOVA, Rogério de. Pesquisa em educação a distância: desafios e Possibilidades. In: SOUZA, Amaralina Miranda de; FIORENTINI, Leda Maria Rangearo; RODRIGUES, Alexandra Militão (orgs.). Educação superior a distância: Comunidade de Trabalho e Aprendizagem em Rede (CTAR).Brasília: Universidade de Brasília, Faculdade de Educação, 2009. Cap. 8, p. 203-228. Disponível em: . Acesso em: 25 de maio/2009